29 setembro 2008
26 setembro 2008
GABEIRA por Nelson Motta
UTOPIA CARIOCA
RIO DE JANEIRO - Sempre que vejo na televisão a propaganda do TSE mandando a gente ficar de olho nos nossos eleitos, sinto um certo constrangimento e uma sensação de ridículo institucional. Mas também um estranho orgulho e um vago sabor de superioridade: há várias eleições voto no deputado Fernando Gabeira e nunca me decepcionei com seus votos, atitudes e atuação política, mesmo quando, às vezes, discordo de seus pontos de vista. Sua honestidade e inteligência são inquestionáveis.
É uma felicidade democrática ter alguém que realmente representa no Congresso o que você pensa e acredita. Isto também é quase ridículo, porque é uma exceção do que deveria ser a norma, como é em países civilizados. Mas fiquei ainda mais orgulhoso agora que ele impôs suas condições para ser o candidato da frente PV-PSDB-PPS à prefeitura do Rio de Janeiro.
Não pediu poderes ilimitados, nem caminhões de dinheiro, nem submissão dos partidos à sua vontade: exigiu uma campanha limpa, sem ataques pessoais, propositiva; divulgação pela Internet dos fundos e despesas da campanha, e o principal: caso eleito, que o secretariado seja escolhido por méritos e critérios profissionais e não partidários, sem o habitual loteamento como moeda de troca por apoio político. Ele não acha que só porque 'todos' fazem errado ele deve fazer também. É quase uma utopia. Mas se é a realidade em países civilizados, por que não, um dia, no Brasil?
Conhecido por sua trajetória dedicada aos direitos humanos, à ecologia, saúde, educação e cultura, com reconhecida capacidade de diálogo democrático e tolerância, sem concessões à ladroagem e à política-como- ela-é, o que ele propõe é o óbvio. Mas parece um sonho quase impossível.
O Rio de Janeiro merece esta esperança!
Nelson Motta
23 setembro 2008
UMA DÚVIDA
Estava ouvindo o Bob Marley cantar “Redemption Song” e fiquei em dúvida se estava muito contente ou deprimido. Deve parecer meio bobo, assim, a primeira vista. E deve ser meio bobo mesmo.
Na verdade eu estava vendo o filme do Will Smith com a Alice Braga - “Eu sou a Lenda” – e até gostando do filme. Pois é, o personagem dele fala muito do Bob Marley. Durante o filme o Will dá mais valor a “Tree Litle Birds”, mas, nos créditos, toca “Redemption Song” e eu entrei nessa dúvida.
É só isso, não há muito pra onde concluir, é apenas uma dúvida. É estranho pensar nisso, mas felicidade e tristeza se parecem...
15 setembro 2008
UM AFRONTE
o certo é "uma afronta" mas ontem foi afronte
.
Pedi pra dançar com ela depois de dançar com varias que se saiam bem melhor, o que pouco importa! Ela era um afronte! Que loucura, essa mulher! Dançava dura, mas dançava tanto que dançava bem! Não dançava tanto, mas eu senti como se fosse muito. Ela quase havia recusado o meu convite, eu inclusive aceitei sem choro, mas terminou por não resistir, sorrir no final, e ainda pedir bis! Bom, se eu já tinha experimentado sensações mirabolantes na primeira valsa, na segunda eu sumi. Não sumi sozinho, ela veio comigo – de vez em quando esbarrávamos em algum casal e voltava a lembrança de um salão lotado, mas, com paciência, ele acabava sumindo de novo e mais uma vez podia-se escutar o som da valsa. Ela dançava tensa, exigindo do meu braço direito uma precisão muito esquisita e, sem querer, contribuindo muito e deixando a dança fluir. Na segunda vez dancei como se ela fosse minha. E mesmo sabendo que poderiam me desmentir, diria que senti como se ela desejasse que eu fosse dela. Aquele afronte! Definitivamente, uma valsa inesquecível...
09 setembro 2008
A MOÇA
Não tem nada o que falar
Mas mesmo assim a moça fala
E aí fica muito estranho
Quem não tem nada pra dizer se cala
Não diz coisa com coisa
Fica mal, desajeitada
Seria bom ficar calada
Mas do nada a doida fala
Valeria ficar quieta
Mesmo assim, insiste e fala
Não precisava dizer nada
Mas a boca dela não pára
07 setembro 2008
05 setembro 2008
SEXO, DROGAS E Rock n'roll
A primeira geração diz:
-Sexo, drogas e rock n’roll.
A segunda geração diz:
-Sexo, drogas e rock n’roll?
A terceira geração:
-Por que não, sexo drogas e rock n’roll?
E a quarta:
-Pra quê, sexo, drogas e rock n’roll?
E a quinta:
-Apenas sexo, drogas e rock n’roll.
A sexta:
-Nada de sexo, drogas e rock n’roll.
A outra:
-Sexo, drogas e rock n’roll, porra!
E ainda:
-Quem?
-Sexo, drogas e rock n’roll.
A segunda geração diz:
-Sexo, drogas e rock n’roll?
A terceira geração:
-Por que não, sexo drogas e rock n’roll?
E a quarta:
-Pra quê, sexo, drogas e rock n’roll?
E a quinta:
-Apenas sexo, drogas e rock n’roll.
A sexta:
-Nada de sexo, drogas e rock n’roll.
A outra:
-Sexo, drogas e rock n’roll, porra!
E ainda:
-Quem?
04 setembro 2008
VOCÊ ENCONTRA NA MINHA CIDADE
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O garoto era simpático. Dividia um apartamento na Rua das Laranjeiras com seu cachorro galgo, o aquário da irmã mais nova, a irmã mais nova, a irmã do meio, uma conhecida, a mãe, e a avó Suzana Carolina, que era, também, particularmente simpática. Era só um pouco difícil. Às vezes ele parecia não fazer parte, se sentia como se não entendesse a própria residência. É realmente esquisito digerir a idéia de que aquelas seis pessoas, sem se estressar, conseguiam se dividir em dois pequenos quartos e ainda sobrar um quarto só pra ele, por ser homem. Pra evitar qualquer constrangimento o menino preferia conviver sem essa resposta, valia mais apena não saber onde as pessoas dormiam.
Um dia, por volta do ano passado, se pegou sozinho no quarto escutando um CD do Jorge Ben. Fazia tempo que não ouvia Jorge Bem, por isso estava envolvido e levemente emocionado. Fazia sentido. Olha aí meu bem, prudência e dinheiro no bolso, canja de galinha não faz mal a ninguém. E não faz mesmo. Quis comer canja, depois desistiu. Se apegou a outras frases. Conversa, bitoca, espera, passa o rodo, para melhorar, chama pra dançar. Se sentiu esquizofrênico e também refletiu sobre o Jorge Bem ser esquizofrênico. Engenho de Dentro, quem não saltar agora, só em Realengo. Aí complicou! Engenho de Dentro? Se sentiu abandonado e concluiu ser, apesar de gordinho, muito pequeno. Onde ficavam esses lugares? Onde é Realengo? É ruim não conhecer a própria cidade.
Não avisou as mulheres, pegou a mochila vermelha, juntou uns trocados e foi em direção ao metrô lembrando que devia ter cuidado para não esquecer o guarda-chuva. Não sabia quanto tempo demoraria, mas queria chegar lá. Entrou no trem na estação Largo do Machado cantarolando as mesmas frases. Levou um livro mais não leu. Sem querer, foi parar na Saens Peña, voltou até a Estácio e trocou de linha, como se deve fazer. Viajou se divertindo: São Cristóvão, Maracanã, Triagem, eram várias informações. Engenho da Rainha? Que rainha? Nada disso. Thomaz Coelho, Coelho Neto e o Eng. Rubens Paiva só estava lá pra confundir. Chegou na Pavuna, saltou e viu que era cinza. Já era noite.
De repente o garoto parou e ficou calado dentro de todo aquele subsolo. Não tinha a estação do Engenho de Dentro? Não. Voltou pra casa lendo o livro.
01 setembro 2008
Só SE eu morrer
.
Se eu morrer será você
Quem vai cuidar da minha ida
Não é muito complicado
É um tanto simples, minha vida
Não me encuca o desespero
Nem me espanta a despedida
Mas insisto em ser você
Quem vai tratar da minha partida
Não me importa o seu olhar
Nem se a missa vai ser lida
Já me deixará feliz
O teu pesar na minha ida
Mas para não ser mal entendido
No que há pouco eu escrevi
Alego não querer morrer
E vou ficando por aqui
Quem vai cuidar da minha ida
Não é muito complicado
É um tanto simples, minha vida
Não me encuca o desespero
Nem me espanta a despedida
Mas insisto em ser você
Quem vai tratar da minha partida
Não me importa o seu olhar
Nem se a missa vai ser lida
Já me deixará feliz
O teu pesar na minha ida
Mas para não ser mal entendido
No que há pouco eu escrevi
Alego não querer morrer
E vou ficando por aqui
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