29 maio 2009

A SEQUELA não é da maconha, é DO CIGARRO

Atrasadíssimo, me arrumei correndo, tomei um banho rápido de meia horinha, amarrei os cadarços e botei no shuffle. Entrei na garagem e a bicicleta não estava lá. Sai da garagem e entrei de novo pra ver se mudava alguma coisa. Nada de bicicleta. Eu lembrava ter voltado pra casa pedalando, ontem. Cadê a porra da bicicleta? Atrasadíssimo! Gritei – Marcos – e meu porteiro apareceu falando no celular com uma leve cara de insatisfação, desligou e tentou fingir que não estava tão insatisfeito assim. Caguei pra isso. Ele me disse, com muita certeza e tranqüilidade que a bicicleta não estava lá mesmo não. Fiquei parado olhando pra ele e tentando remontar os meus passos da madrugada na cabeça. Eu não lembrava perfeitamente, ainda, mas disse pra ele que sabia que a seqüela era grande. Lembrei!

Liguei pra minha mãe e ela me mandou ter calma com a minha forma de contar os fatos pois meu pai ficaria estressadíssimo. Ou já estava ficando. Os dois estavam bebendo uma cerveja ou coisa parecida no Ithay, isso é bem perto da padaria Rio Lisboa, o foco do assunto.

Saí do ensaio de bicicleta, passei na casa do George pra dar um breve doisinho com ele e a Bella e senti muita vontade de fumar cigarro. Estou fumando muito cigarro. Precisava de um maço. É assim mesmo, não adianta parar de fumar e ficar roubando de todo mundo. Pode até roubar, mas alguma hora o maço tem que ser seu! Peguei a bicicleta e fui direto à Rio Lisboa. Na verdade queria cigarros e doces. Algumas opções de doces! Passatempo recheado, Nutella e Carlton. Custa um pouco menos de dez reais ou pouco mais, provavelmente pouco mais. Com tudo pago, eu abri o cigarro, bati no maço pra pilar um pouco mais e voltei pra casa todo sorridente dando tragadas fantásticas. Fui dormir, acordei, meditei, fumei, fumei, fui à terapia, jantei e deu a hora do ensaio. O ensaio era às nove e meia da noite. Exatamente nessa hora, já bem atrasado, eu liguei pra minha mãe e contei pra ela que tinha deixado a bicicleta, que estava com banco novinho, apoiadinha no descanso, sem cadeado nem nada dessas coisas, bem em frente à padaria. Ela me disse que existem problemas piores, me pediu melhores informações sobre a posição da bicicleta e meu pai já tinha ido lá.

A bicicleta, coitadinha, estava exatamente no mesmo lugar. Eu tinha para mim, na minha cabeça, que isso não poderia acontecer. Eu tinha concluído – perdi a bicicleta! Não! No Leblon as pessoas são honestas! Será que as pessoas são honestas? Pois é, sei lá... Eu sei é que ninguém teve coragem de roubar minha bicicleta, coitadinha, que tinha ficado ali um dia inteiro em silêncio, sem saber perguntar por mim nem em português nem em outra língua! Fiquei pensando – que sorte! Não sei exatamente qual a sorte. Acho que a maior sorte é da minha bicicleta ser moradora da zona de burguesia carioca e freqüentadora de padarias que não fecham. Ela deve ter ficado tão bonitinha na frente da padaria, apoiadinha, que todo mundo achava sempre que o dono estava lá dentro. Mas não estava. E agora ela descansa tranquilona, de banco novo e tudo, do lado da casa do meu porteiro.

26 maio 2009

Quissopassa
?
Essas coisas passam. Espera que isso passa. Uma hora passa. E se não passar, espera que passa. Mas também, tomara que não passe. Quando as coisas passam parece que acabam. Tomara que fique. É melhor que passe um pouco e fique um pouco, só pra que não passe logo tudo. Tudo é muita coisa. Tomara que fique, pra que ainda se possa sofrer um pouco disso. Mas tomara que não fique muito. E tomara que ainda dê pra acreditar que existe. Porque a verdade mesmo é que uma hora passa. Mesmo que se resista, que se tente sofrer ainda pelo menos um pouquinho, uma hora vai passar. Alguma hora se esquece. Quando se esquece é porque já passou, não dá nem mais pra lutar pra que fique. Então, enquanto não passa, tomara que fique. Mas, por favor, que não fique muito. Muito não vai ficar, porque já se sabe que uma hora isso tudo acaba que passa. E passa mesmo. Tomara que demore um pouco, mas não muito. Espero que passe. Com muito medo.

24 maio 2009

OS dirigidos e SEUS traumas

23 maio 2009

HOMENAGEM ao nosso DIA-A-DIA de cada dia

17 maio 2009

Doido
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Quando e se a véia doida é doida
Não se longifica a rima
Que se a fala dela é fala
O raciocínio fica afetado
A coerência fica incompleta
E acaba que vem muito é bem a calhar
E é nunca que isso faz sentido
Se dizer uma coisa com umbigo
Vai rimar e não é pra rimar
O ato é ato de vomitar
Pouca uréia na urina clarinha
E se Maria Clara visse isso
Ia mandar rimar com umbigo
E ia fazer alguma coisa comigo
Pra me proteger do perigo da rima
Maria Clara é quase doida e quase santa
Ia dizer que a velha que viu
E não ia me proteger de nada

13 maio 2009

GRAÇAS aos deuses


05 maio 2009

A REDUNDÂNCIA familiar
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-Vai comer o que, filhão?
-Estrogonofe.
-Estrogonofe?
-É.
-Ou bacalhau?
-Estrogonofe.