16 abril 2009

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George CARL


Wolks


13 abril 2009

01 abril 2009

saudadela DINHA

Naquele tempo eu recebia telegramas, todos dela, com dizeres bonitinhos.
Me mandava lembrancinhas e tudo que fosse verde, vinha no correio.

Hoje o correio vem, mas ela é tão repetitiva.
Hoje ela mandou saudades outra vez. Muitas.
Não que nunca tenha mandado tanto,
manda sempre, ou quase sempre.
Sempre manda saudades. Muitas.

Eu espero as cartas dela, os erotismos. Só chegam saudades.

Não que eu não goste da saudade que ela manda, eu gosto, mas já estou com saudades demais. São muitas saudades. Minha mãe reclama do bolo de saudades que eu deixo na sala, mas eu não agüento mais botar aquele treco todo pra dentro do meu quarto. As vezes eu ignoro, ou jogo fora, quando acho que ela passa da conta. Mas recebo mais, as saudades chegam sem perguntar. Não sei se ligo pra ela e aviso que é melhor parar. Sei lá... Eu entendo que ela não aguente, que precise disso, mas essas correspondências estão gerando o caos! Eu já não sei mais... O tempo passa e ela não para. Chega disso. São saudades demais pra um destinatário só.