27 outubro 2009

Notícia de OSTEOPOROSE

É engraçado esse jeito dela de dar noticia de morte.
Não para nunca pra pensar que pode assustar,
Desestabilizar e por os filhos do sujeito pra chorar.

Fala com a frieza da pessoa pura que está toda torta.
Fala que já é costume ouvir notícia de pessoa morta,
Não se abalar, mas sentir a osteoporose entortar.

Louca, fala ao telefone como quem se importa
Mas desliga e xinga logo a piranha de fofoqueira
E diz que quer mais é que se foda aquela fuxiqueira.

Essa gente não tem mais o que fazer e telefona pra
Repassar noticia de gente que ela já sabe que morreu.
Se morreu, morreu. Ela pensa – ele se fodeu, não eu.

26 outubro 2009

Não me ame nunca não

Hoje em dia a carne é fraca
E a verdade mata
Quem diz é o pangaré
Feliz de um pangaré
Morre com sabor de agosto
Que é o mês do desgosto
E da desilusão
E de rimar em vão
Linda como uma uva passa
No arroz colorido
Da cor do vestido
De tom integral
Quase passo mal em ver
Decote tão intenso
Em seio tão imenso
Na minha ilusão
Quero
Eu desejo muito
Que o marido dela
Que eu imaginei
Não sofra como eu
Homem
Que eu nem sei se existe
Que eu nem sei se é triste
Que eu nem sei se deu
Condição de amor
A mulher que amei
A mulher que amo
Pelo menos hoje
Mas que nem sei se tenho
Condição de amar
A mulher bem também
Moça
Não me ame nunca
Não deseje nunca
Não permita nunca
Essa loucura não